Meu cavaleiro da Triste Figura,
há dias em que a vontade de estar com você se faz apertada...
Tenho vivido momentos especiais, tenho estado feliz.
mas jaz tão distante meu cavaleiro, como repartir o mel?
Nem sei quantos rascunhos, recados ensaiados,
querendo compartilhar uma nova, um poema , todos acabam engavetados.
Em muitas de minhas conquistas há um toque seu,
Ficaram resquícios seus nos poemas que julgo meu.
A vida traçou outras rotas, caminhamos por outras vias,
escapou-nos a sintonia.
Eu busco luz e meu cavaleiro me parece tão sombrio...
Podes me alcunhar de paranóica
(vilipendiada, ludibriada???),
tens dos bravos cavaleiros a vivência ,eu, mesmo sem tua sapiência
ouso analisá-lo à espreita, sinto em ti uma oscilação tão grande...
Ora repousas céu, ora submerge num inferno qual Dante,
de um estado de alegria ao mergulho profundo na tristeza,
uma tristeza tão sua.... tão singular.
Ensimesmado... Será a tristeza a te consumir ou você dela a se alimentar?
Solitária com seu Quintana, me deparei com o poema:
"Não tentes consolar o desgraçado,
que chora amargamente a sorte má.
Se o tirares por fim do seu estado,
que outra consolação lhe restará?" 8
Então me dei conta que a angústia que te acompanha
talvez seja porque te lançaste ao resgate dos degredados,
barganhando em vida com a morte,
surrupiando dela tantos quanto pode.
E a morte, caprichosa, por se sentir lesada,
te pune com um vazio, condenado a um buscar angustiado,
Ah minha triste figura... Quisera eu amenizá-lo.
Muito interessante isso aqui, gostei muito, de extremo bom gosto.
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