A paciência cansou da inércia,
abriu asas, alçou vôo.
Desistiu de esperar sozinha
um dia que nunca chega,
um tempo que nunca passa,
um dito que jamais fora dito,
nem mesmo em sinais de fumaça.
O não dito que ficou no ar,
de um momento que se esperava,
daquilo que não fora nem nunca será.
A paciência partiu só,
do mesmo jeito que chegara,
se fora, sorrateira esperança.
Não levou consigo nem lembrança,
nem sombra, nem cor, nem mácula.
Não quis ser espelho de Jó,
não quis ser depósito do pó,
Camada de poeira pendendo sobre tudo.
sobre seres imóveis pela dormência,
acomodados por excelência.
A paciência mudou e levou no alforje
tudo que lhe pertencia, tralhas de toda sorte
Não deixou marcas onde armara estadia.
Foi e não volta mais, saiu em busca de paz.
Em ponto de exaustão, findou paciência
esgotou o limite da tolerância,
por pura falta de movimento.
Amor em espera, vai apodrecendo,
Sem mãos que o cultivem o amor,
abraçado à preguiça e o torpor,
vê adoecer e morrer sementes de genuíno Amor.
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