aβsynto Vocέ: Florbela Espanca

 

"Há quem diga que todas as noites são de sonhos.Há também quem garanta que nem todas, só as de verão.Isto não tem muita importância. O que interessa mesmo são os sonhos..."

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segunda-feira

Minha alma de Florbela...


Perdoem-me o trocadilho mas ultimamente a minha alma de Florbela tem me espancado... Tenho ficado a reler, sentir e sofrer com os poemas dessa grande poeta lusitana. 
Florbela seu codinome é Paixão, por sobrenome Penar. Minha reverência.

Fanatismo

"Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
"Ah!  Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!..."

Florbela Espanca

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terça-feira

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha



Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus barcos…


Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca… o eco dos teus passos…
O teu riso de fonte… os teus abraços…
Os teus beijos… a tua mão na minha…


Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri


E é como um cravo ao sol a minha boca…
Quando os olhos se me cerram de desejo…
E os meus braços se estendem para ti.

Florbela Espanca
"Se tu vieres, seja em que tempo for,
Irás me encontrar esperando.
Vivemos, Amor, a esperar-te.
Num dobrar da esquina,
num momento qualquer,
brusco, encontrar-te."


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sexta-feira

Angústia

Tortura do pensar!
Triste lamento!
Quem nos dera calar a tua voz!
Quem nos dera cá dentro,
muito a sós,
Estrangular a hidra num momento!

E não se quer pensar!
... e o pensamento
Sempre a morder-nos bem,
dentro de nós ...
Querer apagar no céu
– ó sonho atroz!_
O brilho duma estrela, com o vento! ...

E não se apaga, não ... nada se apaga!
Vem sempre rastejando como a vaga ...
Vem sempre perguntando:
“_O que te resta? ...”

Ah! não ser mais que o vago, o infinito!
Ser pedaço de gelo, ser granito,
Ser rugido de tigre na floresta!

Florbela Espanca, in "Livro de Mágoas"

Cicatriz

Quem disse que mudei? Não importa que a tenham demolido. A gente continua morando na velha casa em que nasceu.

   Mário Quintana [pensador] www.pensador.info

 
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