aβsynto Vocέ: Inéditos

 

"Há quem diga que todas as noites são de sonhos.Há também quem garanta que nem todas, só as de verão.Isto não tem muita importância. O que interessa mesmo são os sonhos..."

Visite o link abaixo...

Mostrando postagens com marcador Inéditos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Inéditos. Mostrar todas as postagens

quarta-feira

Nuvens em mim...

Debaixo da nuvem de poeira
vasculho tentando encontrar,
algo que enfim valha:
o resgate,
a restauração,
a manutenção,
a imersão
na nuvem enfim.

Debaixo da nuvem de poeira
vasculho tentando encobrir,
moral que insufla,
beijo asséptico,
face simétrica
de perfil assimétrico
que não quero refletido
no aço do espelho
manchado de janeiros.

Debaixo da nuvem de poeira
vasculho tentando aflorar
dos sonhos, o esqueleto,
da videira, o jirau
da poesia, o varal,
dos contos, as contas,
dos pontos, a linha
do norte, a trilha
do inicio, o fim
que cada partícula
de poeira
flutuante, flutuando
leva de mim.

k4akis

MyFreeCopyright.com Registered & Protected

domingo

Um dueto...

NOTURNO CORAÇÃO

Anoitece no meu coração de manhã cedo

quando vejo a cama vazia. Silêncio cortante

como a palavra final, o ultimato, o encerramento.

Nem sempre o fim leva ao final, fica um pouco

de muita coisa em cada mínimo fragmento

do pouco vivido. Amanhece no meu coração

quando a noite não é mais um silêncio pesado,

quando os sons e as luzes da rua invadem

o que meu coração deixou pra de manhã mais cedo.

Tanta noite, tanto dia... E a vida segue crepuscular

como o sol que se pôs em minhas mãos.

K4Akis & RCamargo

MyFreeCopyright.com Registered & Protected

quarta-feira

Inconfessável



O que me traduz,
aquilo que amo
ou o que me seduz?
Aquilo que odeio
ou tento em vão odiar?
E tentando odiar,
dispendo tanto tempo pensando
que por fim acabo amando,
mesmo não querendo,
ou tentando não querer.
Amando o que não quero,
querendo o que não possuo
possuindo o que não desejo,
desejando o que não tenho.
Vivendo em pleno desencontro,
me encontrando na incompletude,
caminhando entre sonhos soltos,
arrastando sentimentos presos
entre ataduras envoltos.
na completa quietude,
onde bradam meus segredos,
Inconfessáveis...


MyFreeCopyright.com Registered & Protected

segunda-feira

Amanhã, quem sabe...


O tempo parou ou serei eu,
quem estancou nessa altura.
Nem me adianto, nem retrocedo.
apenas me deixo ficar.
As horas passam,
o dia passa
e eu estanque.
Um mesmo pensar,
Um mesmo sentir,
Um mesmo estar
sem mesmo estar.
Um arrastar de dias
inúteis,
incontáveis
segundos...
Apenas segundos
sem enredo,
sem sentido,
sem vida,
sem rumo.
Aonde estarei indo?
Minha rota se perdeu,
minha bússola quebrou
meu norte ao sul,
meu sul a leste,
eu rumo a esmo,
largada à sorte,
ou falta dela.
Dias cheios
de alma vazia.
Vazia de si,
repleta de ti,
inefável sentir.
Quem sabe,
amanhã...

Creative Commons License aβsyntoVocέ by K4AKIS'Production

terça-feira

Sombras e Poesias



Vento forte que agora sopra,
impiedoso és com as folhas secas. 
Amareladas e frágeis se equilibram
num fio de vida que ainda resta,
aresta de um tempo que se fora,
onde o ar clorofilado reinava.

Brisa impetuosa que abala,
sua melodia  remete
aos cantos fúnebres de saudade.
Vejo as folhas secas pelo chão,
suas hastes estalam sob os pés,
restos da vida macerado, moido.
Folha que fora, hoje  ruído,
do seu triturar, é só o que és.

Aragem que deslisa por entre as copas,
a leveza das folhas me lembram
os sonhos alegres que tive.
Mesmo sendo noite, os sonhos luziam
então veio o sol, luz que as sombras dissipam , 
que apaga o brilho das fantasias.
Dos sonhos sonhados restaram sombras e poesias.
Creative Commons License aβsyntoVocέ by K4AKIS'Production

quinta-feira

Minhas palavras, outras vozes


Busco ávida por poemas não lidos,

neles, resposta minhas

em dizeres alheios.

A palavra mal absorvida,

A emoção mal resolvida.

Acordo Clarice,

durmo Cecília,

eu,revisited em Pessoa,

em sua, minha angústia.

Tento buscar em outras

bocas, outras vozes,

velhas palavras,

que se esconderam,

quando deviam se expor.

Emoção que se desnudaram...

quando precisavam se recolher.

Vozes que explodiram...

quando o melhor era calar.

Leio Neruda, sonetos

que exaltam amor.

De Quintana,busco a sabedoria

leve e livre, de Drummond

a doçura,que me alcança,

me amansa, como um bolero de Ravel,

e preenche o oco do carinho seu.

Creative Commons License aβsyntoVocέ by K4AKIS'Production

segunda-feira

Ponto de Ebulição


Ponto de ebulição!
A temperatura sobe,
o líquido ferve,
derrama, espalha
e não se junta mais.
Líquido, palavra perdida
por se passar do ponto
ou quem sabe chegar,
no ponto certo,
ponto de ebulição.
As emoções que eclodem
dentro do peito aprisionadas,
acabam por explodir
em turbilhão de palavras
que enchem o ar escoam no chão.
Pouco se guarda por tanto tempo.
Muito se reprime por algum tempo.
Tudo se regurgita no tempo certo.
Nem longe, sem sombra de lembrança,
nem perto demais, pura destemperança.
No tempo certeiro, desemboca aguaceiro
de pura emoção expelida num turbilhão.
Após tanto líquido derramado, palavras, 
mágoas despejadas pouco resta, resíduos, 
sobras da emoção, de tudo... Somente manchas 
do líquido, espalhado pelo chão. 
Ponto de Ebulição.



fulmina

sexta-feira

Círculo eterno

Círculo Eterno

Rumino s minhas mazelas,

busco alforria da dor.

Sinto-me tola, atolada,

presa em armadilhas

que eu mesma criei.

Qual ave sob alçapão,

se debate aflito em mim

um coração, agitado no peito,

refém da própria emoção.

Na busca do porto seguro,

optei pelo corpo seguro.

Preciso aportar, sobreviver

à angustia de querer.

a busca insana, infundada. 

Perdi minhas coordenadas

vagando em círculos eternos.

Delírio e verdade se fundiram

e me confundiram. Voei e me perdi.

Vivi náufrago de meu próprio sentir.

De amarras solta a vida conduz

meu destino, o de alguém comum,

amores possíveis, dores previsíveis.

Um sábado para sair, um domingo 

para dormir e poucas desgraças,

depois da utopia, isto me basta.

Creative Commons License aβsynto Vocέ by K4AKIS'Production


quinta-feira

Amor em fúria

AMOR  EM  FURIA



Não houve adeus, nem até breve,
nem mesmo bilhete, em roto papel,
sumiu com vento.
Um gosto amargo tomou a boca,
jamais sentira ódio tamanho
como também nunca amara
ou desejara de modo igual.
Avenidas cheias, calçadas lotadas
pessoas se cruzam, se olham
eles se cruzam, ele não olha,
ela porém os percebe.
Riem, arrulham alegres,
cúmplices, enamorados, amantes.
Um gosto amargo tomou a boca,
jamais sentira ódio tamanho
como também nunca amara
ou desejara de modo igual.
Se tivesse uma arma...
Arma e amar de repente de fundem.
Palavras e sentimentos se confundem.
No fundo sabia,
tanto amar não renderia
nada que fosse doce,
posto que  amar é cruel,
oposto de amar é odiar,
odiar leva a se armar.
Se engana quem pensa
ser o amor pacífico.
Amor é dilema, inquisição.
Sentimento sobre razão.
Guerra demanda dor,
a guerra do amor,
o amor da dor,
a dor de amar,
de se armar.
Saiu, esbravejou,
buscou um canto, chorou.
Um gosto amargo tomou a boca,
jamais sentira ódio tamanho
como também nunca amara
ou desejara de modo igual.
Instante eterno de cólera,
furia a ver que se entregara, 
dera amor a quem, por capricho,
só quis brincar de bem querer.
Noite insone com seus demônios,
abandonada, dilacerada, ferida.
dominada pela cólera, rendida,
sai de manhã, por companhia... a arma.
Creative Commons License aβsynto Vocέ by K4AKIS'Production
Poema escrito para o site 7Pecados Capitais

Pecado é renunciar


A razão evadiu quando meus olhos
pousaram nos teus, negro abismo.
Renunciar a paixão, como posso?
Paixão é o ar que inunda o peito,
o sangue que preenche as veias,
fôlego da vida e fuga da morte.
Não se maldiz o que se ama, por sorte
encontrar uma paixão, inda que tardia
é garantir um sopro de sonho todo dia.
Fingis ignorar meu desejo,
acaso não seria também o teu?
Podes sentí-lo, mas vivê-lo...Deus!
Tantas são as amarras que impedem
o desatar sem o receio do ardor,
permitir-se, sem censura ou reservas.
Libertar os sentidos, se despir da razão,
bússola dos atos, atender ao desejo
insensato, mergulhar no fosso da paixão.
A pira do desejo arde, inflama  corpos e mente.
"Pecado é provocar desejo e depois renunciar..."
Inaceitável é ter uma paixão e não se entregar.

Creative Commons License aβsynto Vocέ by K4AKIS'Production

quarta-feira

Borboletas na sala


Uma borboleta plaina no vazio da sala
vejo seu bater de asa leve e
intenso como o pensamento
que livre te busca. Como o voejar
da borboleta que plaina absoluta
meu pensamento salta a procurar-te.

Pensamento em voo livre, disperso
num aflito rastrear por pouso
perdeu-se onde liberdade não há.
o tempo lhe surrupiou o repouso e
giras em torno de si mesmo,
rodopiando inútil a esmo.

Voo débil, sem bússola que aponte
o norte , legado à própria sorte,
ou sua falta. Buscas um horizonte
num bater e rebater de asas
neste vácuo entre o pensamento que nos ata,
neste abismo do espaço que nos afasta.
Creative Commons License aβsynto Vocέ by K4AKIS'Production


sexta-feira

Cantos e recantos



ABANDONA TEU CORPO NO MEU

Solta teu corpo no abandono
no abraço dos meus braços vazios,
deita no espaço do meu colo,
se fundem e se confunde em mim,
num desejo infinito de pertencer.

Singra meus rios no leito,
na fonte, vertente de mim.
Apaga os resíduos de ontem,
restos, descasos de casos
passados sem cor, só dor.

A noite vem cobrindo mansa,
entrando, sombreando a casa
Se tu vieres e ocupar teu lugar
o lume de ti há de iluminar
os cantos sombrios que ficam
quando a noite teima em entrar
no quarto, no peito, na vida,
Vem em tempo de iluminar
os cantos deste meu recanto.

Creative Commons License aβsynto Vocέ by K4AKIS'Production

Cicatriz

Quem disse que mudei? Não importa que a tenham demolido. A gente continua morando na velha casa em que nasceu.

   Mário Quintana [pensador] www.pensador.info

 
diHITT - Notícias