AMOR EM FURIA
Não houve adeus, nem até breve,
nem mesmo bilhete, em roto papel,
sumiu com vento.
Um gosto amargo tomou a boca,
jamais sentira ódio tamanho
como também nunca amara
ou desejara de modo igual.
Avenidas cheias, calçadas lotadas
pessoas se cruzam, se olham
eles se cruzam, ele não olha,
ela porém os percebe.
Riem, arrulham alegres,
cúmplices, enamorados, amantes.
Um gosto amargo tomou a boca,
jamais sentira ódio tamanho
como também nunca amara
ou desejara de modo igual.
Se tivesse uma arma...
Arma e amar de repente de fundem.
Palavras e sentimentos se confundem.
No fundo sabia,
tanto amar não renderia
nada que fosse doce,
posto que amar é cruel,
oposto de amar é odiar,
odiar leva a se armar.
Se engana quem pensa
ser o amor pacífico.
Amor é dilema, inquisição.
Sentimento sobre razão.
Guerra demanda dor,
a guerra do amor,
o amor da dor,
a dor de amar,
de se armar.
Saiu, esbravejou,
buscou um canto, chorou.
Um gosto amargo tomou a boca,
jamais sentira ódio tamanho
como também nunca amara
ou desejara de modo igual.
Instante eterno de cólera,
furia a ver que se entregara,
dera amor a quem, por capricho,
só quis brincar de bem querer.
Noite insone com seus demônios,
abandonada, dilacerada, ferida.
dominada pela cólera, rendida,
sai de manhã, por companhia... a arma.
aβsynto Vocέ by K4AKIS'Production
Poema escrito para o site 7Pecados Capitais
Nenhum comentário:
Postar um comentário
E aí, gostou? Deixe sua marca...