Paixão platónica... A falta foi fato.
Falta de teu rosto, do teu cheiro... Do abraço.
O som do silêncio ecoa pelo quarto,
na cama uma lacuna ocupou seu espaço.
É só vácuo... Eu sou vácuo.
De ti sobrou só vácuo.
A ausência tem nome, tem forma, tem vida
que vibra pensando no gemer sôfrego
quando a língua buscava sem pudor, no teu dorso,
teus recantos, a fonte do teu, meu prazer.
Falta-me aos ouvidos o sussurro obsceno,
que jorrava no ar e escorria em meu corpo
feito contas, feito gotas, feito em gozo.
É só vácuo... Sou só vácuo.
De tudo sobrou o vácuo
Já não te encontro nos meus sonhos,
Não me irrigas de gozo, de ti, do teu sumo...
É só falta de teu corpo a estremecer em meus braços,
em loucuras impensáveis, pecados inconfessáveis,
Não me sobraram odisseias nem aventuras realizáveis.
Nem tardes de espera ou noites de enlace.
É só vácuo... Eu sou vácuo.
De ti, de tudo sobrou o vácuo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
E aí, gostou? Deixe sua marca...