Envolto em teu caos, parado no cais,
não percebes que o tempo se esvai.
Preferes ficar ruminando mazelas,
perdendo as delícias que o hoje te traz.
Eu...
sou barco no mar, sou vela ao vento.
Do que esperei... De ti, só esboço fugaz.
Ao vento revolto alegre me rendo,
que dança, me toma, me arranca do cais.
A maresia anuncia, proximidade do mar.
A vela iça, a alma arde em brasa inflamada.
O vento que sopra, o pelo na pele eriçado,
seu canto seduz, desperta do sono profundo,
tempestade no corpo, desejo de mundo.
E tu...
Estático no ancoradouro,
escasseias o tempo de amar,
desperdiças teu tempo de viver,
Sobrevive à sombra do teu caos,
te aconchegas no manto da dor.
Reage presto enquanto é dia,
solta as amarras do estaleiro.
Quando enfim buscares o amor
este pode já haver partido,
levado pelo vento a outras paragens.
e te restar só caos, no peito incrustada tatuagem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
E aí, gostou? Deixe sua marca...