SER E NÃO SER
Se te procuro, fujo de avistar-te
e, se te quero, evito mais querer-te;
desejo quase... quase aborrece-te
e, se te fujo, estás em toda a parte.
Distante, corro logo a procurar-te
e perco a voz e fico mudo, ao vert-te.
Se me lembro de ti, tento esquecer-te
e, se te esqueço, cuido mais amar-te.
O pensamento assim partido ao meio
e o coração assim também partido,
chamo-te e fujo, quero-te e receio!
Morto por ti, eu vivo dividido,
entre meu e teu ser sinto-me alheio
e, sem saber de mim, vivo perdido!
(José Bonifácio)
Se te procuro, fujo de avistar-te
e, se te quero, evito mais querer-te;
desejo quase... quase aborrece-te
e, se te fujo, estás em toda a parte.
Distante, corro logo a procurar-te
e perco a voz e fico mudo, ao vert-te.
Se me lembro de ti, tento esquecer-te
e, se te esqueço, cuido mais amar-te.
O pensamento assim partido ao meio
e o coração assim também partido,
chamo-te e fujo, quero-te e receio!
Morto por ti, eu vivo dividido,
entre meu e teu ser sinto-me alheio
e, sem saber de mim, vivo perdido!
(José Bonifácio)
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